segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Última Antes do Fim

Ultimamente escrevi bons textos, sinceros, cheio de afeto e ternura. Mas resolvi, por motivo de força maior, não publicá-los.
Eles vão ficar lá, guardados numa gaveta, e seus papéis se amarelarão com os anos. Estarão na mesma gaveta que certos sentimentos, que, como os papéis, hoje frescos, branquinhos e sem rugas, também se amarelarão.
Preferia extingui-los de vez, mas isso não pode ser feito ao meu bel-prazer.
Só o tempo para curar feridas abertas.
Só o tempo para apagar lembranças.
Só o tempo para parar meu choro.
Só o tempo para acalentar meu peito.
Só o tempo para me permitir viver.
Queria eu que existisse uma pílula de amnésia programável, porque só apagando partes da minha vida para que eu me cure. Senão apagando a vida inteira...
Assim como certos sentimentos, e como aqueles textos que guardei numa gaveta, esse blog também se extinguirá.
Maravilhada estou com a tecnologia: apenas um clique e apago vários e vários textos, várias e várias histórias - muitas delas reais, embora o caro leitor insista em dizer que tudo não passou de ilusão, que tudo não passou de um mero texto. Venho te dizer que não é a vida que imita a arte, mas a arte que imita a vida. Então muitas das histórias transcritas aqui, eu as vivi.
Meu sumiço tem motivo, não se iluda. O sumiço desse blog tem motivo também.
Talvez algum dia eu monte um outro blog, com algum outro endereço, em algum outro servidor. Talvez não.
Minha vontade de externar o que eu sinto sempre esbarraram e ainda esbarram em três obstáculos: a descrença alheia, a minha insegurança e um fluxo de pensamento muito rápido. Aí as palavras se atropelam, se misturam e perdem o sentido parcial.
Quando estou a expressar sentimentos e a falar em público, isso também ocorre.
Daqui por diante fico eu com os amores platônicos, estes sim não decepcionam, não doem de verdade, nem fazem a gente realmente feliz.
Adeus, caro leitor. Estou voltando para as cinzas de onde nunca deveria ter surgido. Não sou fênix, não sou imaculada, nem as lágrimas que derramo em vão curam doença alguma.


FIM.

domingo, 25 de outubro de 2009

Me adora - Pitty

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
"Só não desonre o meu nome"

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber

Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber


A maior decepção é a com você mesma.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

A Via Láctea

Compositor: Renato Russo

Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Mas não me diga isso

Hoje a tristeza não é passageira
Hoje fiquei com febre a tarde inteira
E quando chegar a noite
Cada estrela parecerá uma lágrima

Queria ser como os outros
E rir das desgraças da vida
Ou fingir estar sempre bem
Ver a leveza das coisas com humor
Mas não me diga isso!
É só hoje e isso passa...
Só me deixe aqui quieto
Isso passa.
Amanhã é outro dia
Não é?

Eu nem sei por quê me sinto assim
Vem de repente um anjo triste perto de mim
E essa febre que não passa
E meu sorriso sem graça
Não me dê atenção
Mas obrigado por pensar em mim.

Quando tudo está perdido
Sempre existe uma luz
Quando tudo está perdido
Sempre existe um caminho
Quando tudo está perdido
Eu me sinto tão sozinho
Quando tudo está perdido
Não quero mais ser quem eu sou.

Mas não me diga isso
Não me dê atenção
E obrigado por pensar em mim...



Dói tanto... Se ao menos você soubesse...

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Dos Dias de Inadequação

Que transformações/transições/mudanças são difíceis, não é novidade para ninguém, nem mesmo para mim. Mas o mais complicado é lidar com elas de uma forma positiva.

É estranho não ter tempo para fazer o que gosto, para estar com quem amo, para ficar de bobeira ouvindo minhas músicas, lendo meus livros e escrevendo ao fluxo do pensamento.

Dói querer ter tempo, dói também querer saber lidar com essas mudanças e não magoar as pessoas. Dói porque, no fundo, tudo está começando agora e por mais que eu tente ser madura e experiente, existe toda uma insegurança inerente ao meu ser e, nesse caso, inevitável.

Queria ter o dom da conciliação (uma vez até me disseram que essa era a minha característica mais marcante, afirmação da qual discordo completamente). Queria - num passe de mágica - saber dividir meu tempo da melhor forma, conciliar faculdade, cursinhos, estudos, trabalho, vida pessoal, família e diversão.

Mas na prática a teoria é outra.

Fico nessa querência de eterna iniciante na vida, nesse meu constante amadorismo de aprendiz - que não se conforma em pouco saber e menos ainda poder. Fico querendo sempre mais, porque o sempre mais é urgentemente necessário a todos aqueles que fazem parte da minha vida.

Queria saber cativar as pessoas, saber ser atenciosa e carinhosa com todos, inclusive com aqueles que não simpatizam comigo. É fundamental ser bem relacionado, é fundamental criar vínculos, é imprescindível gostar dos seres humanos. Mas o que fazer quando você sente sempre um pouco de imperfeição dentro de si, se sente quase sempre deslocada (por mais que se esforce)?!

É estranho se reconhecer imperfeita, é estranho se reconhecer falha, é estranho ser humana. É estranho pensar demais, sentir exarcebadamente. É complicado esse meu jeito perfeccionista de ser. Seria mais simples ser alguém alheio a isso tudo. Seria mais simples recuar diante dos obstáculos da vida e escolher aquele atalho ao invés do caminho cheio de pedregulhos, talvez assim eu fosse completamente feliz na minha bolha de ignorância, talvez assim as pessoas gostassem de mim de verdade. Talvez as pessoas me achassem bacana e não uma filha-da-putazinha-fresca-e-metida-a-pseudo-intelectual.

Fico só na dúvida se seria melhor me tornar uma ignorante (não no sentido de mal educada) ou a filha-da-putazinha-fresca-e-metida-a-pseudo-intelectual que acham que eu sou. No fim das contas, sei que sou o que sou e não vou mudar, é meio que o meu karma, saca?
Geralmente eu não ligo para o que os outros falam ou pensam sobre mim, mas tem dias em que tudo está são explícito que isso me incomoda de verdade. Aí eu escrevo aqui e depois volto a ser quem eu sou: aparentemente alegre e sem problemas. Mas pelo menos estou disposta e aberta a novos conceitos.


Ouvindo: Eu Pisei na Pedra - Chico Correa & Eletronic Band

Lendo: Direito Processual do Trabalho - Coleção Direito de Bolso - Marcelo de Barros Dantas ¬¬'

Nota: Aceito doações de ingressos pro Show de Roberta Sá no TAM. =D

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Dialética

E sobre essa eterna dualidade barroca que vive o homem, dividido entre o profano e o sagrado, entre a simplicidade e a complexidade, entre o que apetece aos sentidos a curto prazo e os benefícios a longo prazo (por vezes com sacrifícios de partes do presente), versa acertadamente Paulo Freire:

O domínio da existência é o domínio do trabalho, da história, dos valores. Domínio em que os seres humanos experimentam a dialética entre determinação e liberdade.

E sobre minhas escolhas, Humberto Gessinger as traduz de maneira pouco peculiar, mas também acertada:

Seria mais fácil fazer como todo mundo faz, o caminho mais curto, produto que rende mais (...) mas nós vibramos em outra freqüência, sabemos que não é bem assim se fosse fácil achar o caminho das pedras, tantas pedras no caminho não seria ruim.


A liberdade está para o ser humano assim como a semente está para a árvore. É potência. É vocação, mas é também luta e empenho.
Fábio de Melo.

É isso.



- Deus conserve para sempre o meu bom senso temperado a pitadas de loucura.

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Uma pequena criatura semi-leiga em muita coisa, mas metida o suficiente para dar palpite em quase tudo. beijosaindasereimanchete!
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