Hoje estava me perguntando o porquê de eu não gostar muito de relembrar o passado, nem os momentos bons, nem os ruins. O passado sempre deixa um gosto adstringente em minha boca, mesmo nos momentos de felicidade. É estranho, mas sou eu.
Estava eu olhando uns artigos aqui na internet que coincidentemente falavam da relação passado-presente-futuro (nada exotérico, por favor), e aquilo tudo meio que iluminou meus pensamentos. Não que eu estivesse atrás de uma explicação, mas ela veio.
Talvez por eu ser perfeccionista e sonhadora demais, por eu exigir tanto de mim, o passado me desagrade em parte porque analisando ele do presente (uma Ziliane com mais experiência, mais madura e etc), ele tende a se mostrar imperfeito demais.
Nele as pessoas me julgaram errado, eu tive atitudes imaturas e preconceituosas, não dei as melhores respostas nas horas mais propícias, deixei de fazer algumas coisas que eu gostava por sonhos que não se concretizaram, valorizei quem não devia... E por aí vai.
Meu passado foi imperfeito, assim como meu presente, no futuro, também será. E isso, inconscientemente, me frustra, ou, no mínimo, me deixa com uma sensação semelhante a impotência. Impotência por não poder voltar no tempo e refazer mil vezes até ficar perfeito.
Perfeição essa que sempre busquei e que sempre estarei longe de alcançar, embora sempre a tenha perseguido. Sem aparentes motivos.
Mas no fundo eu sei que essa imperfeição indesejada me faz crescer de alguma forma, assim como o meu passado me fez tornar quem eu sou hoje. Não o renego. Ao contrário, aceito-o e admito que ele faz parte de mim. O que também não significa dizer que rememorá-lo me faz bem. Prefiro deixar ele enterrado como está (ou como espero que esteja).
De uma forma bem clichê: prefiro me preocupar com quem sou agora e com quem terei me tornado ao raiar de um novo dia.
Ouvindo: Read my mind - The Killers