quinta-feira, 16 de abril de 2009

Inusitado.

Aí que depois de passar mais de duas horas com a boca aberta e praticamente sem conseguir respirar direito, na cadeira do dentista, fui dar uma volta e fazer aquelas compras necessárias que não davam mais para serem adiadas.
E não é que para minha surpresa, estava lá eu animadamente tentando explicar para a vendedora simpática como era o modelo dos óculos que eu queria, quando vejo pelo espelho o reflexo daquela pessoa que um dia você pensou ser especial e fundamental na sua vida. Ok, não que não tenha sido, de fato foi mesmo e por um período longo, até. Mas que um belo dia arrumou sua mochila e foi sentar bem longe de mim.
De repente, me vem a mente todas as palavras que ensaiei pra dizer, em frente ao espelho, quando te encontrasse (embora eu achasse que as havia esquecido). Aí sorrio por dentro e vejo que nunca foi realmente necessário, foram apenas escolhas feitas por cada um e ninguém precisa dar ao certo satisfações sobre elas. E, embora eu preferisse poder ser simpática e falar aquele oitudobemcomovai rápido, nesse caso nem isso cabe.
Desviei o olhar do espelho e comecei a provar animadamente os modelos que a vendora trazia e a pedir a opinião da minha mãe (nunca consegui escolher bons modelos de óculos sozinha). Quando olhei para trás novamente, só havia montes de óculos e relógios, você mais uma vez seguira o seu caminho e eu o meu. E a sua aparição ali praticamente ao meu lado serviu pra me mostar o quanto o tempo foi generoso comigo, e agradeço a Deus todos os dias por isso. E acredite, eu estou bem melhor assim.
Há quem pense, nessas horas, que eu sou fria. Mas é que não sabia se iria valer a pena quebrar minha estabilidade atual para dizer um oi a um pretérito longínquo que me fez sofrer, a possibilidade de falar contigo de novo me pareceu um link indesejado que não deveria ser clickado. Mas ficaadica praqueles que entendem: nunca acabe uma grande amizade sem explicar os porquês, sem colocar os devidos pingos nos is e nos jotas.
O tempo é bem cruel, meus caros. E a indiferença pior não é aquela que externamos, é essa que vem de dentro, porque ela é bem mais cruel e muito mais sincera.
Ouvindo: Sunday Afternoon - Rachael Yamagata.
- Deus conserve para sempre o meu bom senso temperado a pitadas de loucura.

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Uma pequena criatura semi-leiga em muita coisa, mas metida o suficiente para dar palpite em quase tudo. beijosaindasereimanchete!
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