terça-feira, 21 de outubro de 2008

Da lapidação diária

Então quer dizer que crescer (viver) é assim essa decepção diária? Não se espante, não estou frustrada com esse fato recentemente constatado. Apenas agora sei. Viver é essa procristinação diária, é se deixar submergir numa rotina entendiante, mas que te deixa sergura (?!).
Pense numa rotina cheia de aulas e aulas e estudos e dúvidas e medos e desejos adiados e reprimidos e... Reviravoltas. Será tudo isso válido? Tô pagando pra ver.
Mas quando analiso os últimos três meses não consigo encontrar uma rotina nisso. O que foi que fiz? Onde eu estava? Com quem eu estava? Parece papinho de psicótico com amnésia, eu sei. O problema (?!) é que tudo foi rápido demais, intenso demais, profundo demais. E eu nunca fui a pessoa mais segura do mundo, nem muito menos a mais estável. Das poucas certezas que tenho, a maior é a que minhas incertezas são dominantes.
Gente nova, lugares novos, sentimentos novos, tudo agora "velho" conhecido meu. Depois de notadas as inter-relações, aquilo que antes parecia mara, agora é só mais uma parte, mais uma etapa imperfeita como todo o restante. Como eu mesma. E as mensagens enviadas pelo subconsciente das pessoas através de seus olhos chegam ao meu consciente com uma velocidade supersônica e estonteante. Eles querem o que tenho, o que você tem, mas que, no fundo, ninguém tem, nem mesmo eu, nem mesmo você.
Por isso compreendo a rotina. Rotina te dá estabilidade, te dá a falsa e necessária sensação de segurança, passada as novidades iniciais. Mas só te digo que a incógnita aqui está em eterna mutação da forma de agir, o que acaba sendo bom, porque quebra um pouco a rotina em seu lado chato.
As contra-rotinas são extremamente necessárias. É bom estar meio distante de muitos olhos e ouvidos conhecidos vezenquando. Só alí olhando pro mar, comendo carangueijo, ou outro crustáceo qualquer, ou tomando um vinho, jogando conversa fora, rindo por besteiras fofas, ou simplesmente perdida no pôr-do-sol à frente.
Sabe o nome de tudo isso? Eu não sei. Nem quero recorrer a clichês de denominação. Tudo é diamante em processo de lapidação. E lapidar é uma das mais belas artes; é trabalho manual de ouriversaria, feito com dedicação e precisão. Qualquer erro pode quebrá-lo, significando devolver ao mundo duas pedras diferentes, que jamais se encaixarão. Mas se o trabalho for bem-feito, aquela pedra bruta, será a jóia de maior dureza e beleza jamais vista.
Olhos cansados e corações partidos ainda têm força pra lutar.
Ouvindo: Closer - Travis.
- Deus conserve para sempre o meu bom senso temperado a pitadas de loucura.

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Uma pequena criatura semi-leiga em muita coisa, mas metida o suficiente para dar palpite em quase tudo. beijosaindasereimanchete!
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