quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Das madrugadas de solidão

Já não me é estranho passar madrugadas em claro, imersa em papéis e livros. Foi-se, também, a época em que eu precisava de guaraná em pó para isso. Hoje em dia é bem mais fácil, existe todo um organismo acostumado, há anos, a esse ritmo meio louco.

Mas as madrugadas, mesmo que preenchidas por letras e músicas, ainda são de uma solidão assustadora. O silêncio do quarto, da casa, da rua, parece adentrar abruptamente no meu eu e, quando dou por mim, sou vazio.

Um vazio ora preenchido por planos de um futuro breve que nunca ainda chegou de fato, é sempre de um amanhã longínquo mais assustador que o vácuo que o gerou; ora preenchido por leis e artigos, súmulas, códigos de umas mil páginas infindas de expressões rebuscadas.

Porém o vazio, na sua maioria de ocorrências, ou não-ocorrências, é esse só ser que sempre foi a minha vida. Esse existir ainda incompleto, esse eterno olhar para travesseiros sempre gélidos e intocados.

E sei que nesse eterno, e shakespeareano, ser ou não ser (que sou ou não sou) planos vão se traçando e se destraçando, num contínuo ir e vir de situações em minha vida.


E sei, ainda, que muitas noites assim - de silêncios e cronogramas afixados em paredes - virão. E eu espero estar viva para cumprir todas elas.

Ouvindo: Planeta Coração - Ceumar.

- Deus conserve para sempre o meu bom senso temperado a pitadas de loucura.

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Uma pequena criatura semi-leiga em muita coisa, mas metida o suficiente para dar palpite em quase tudo. beijosaindasereimanchete!
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