Vinha agora há pouco de um churrasco, e entre tantos tagarelismos etílicos que se passavam na minha cabeça, me ocorreu que o comodismo é O mal extremo. O comodismo faz pessoas perderem grandes oportunidades profissionais. Faz pessoas perderem o amor alheio, a dedicação alheia que beirava a devoção.
Mas quem precisa de sentimentos assim? Quem nesse mundo de hoje não se sente sozinho e desamparado ao ponto de desperdiçar aquilo de mais puro que pode surgir entre duas pessoas? Ninguém, 'né' mesmo?
E pensar que eu sou mais uma dessas que fala, fala e fala. No fim se acomodando também e jogando fora tudo aquilo pelo qual batalhou tanto, tudo aquilo que tanto quis, hoje e sempre. Sentimentos parecem mais folhas de um caderno que não se quer, que são rasgadas e descartadas. Reiterando a minha humanidade imperfeita. Minha prolixidade textual não aplicada à realidade. Meu cansaço por tudo e por todos; por eu mesma.
- É um caso de bipolaridade múltipla irremediável, seu doutor. Somente adianta a internação.